quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dia-a-dia

"Há dias em que nos sentimos amedrontados com tudo, numa espécie de pressentimento. A pessoas que está sentada na mesa ao lado, pode não estar somente a tomar um café e a ler o jornal. A chuva que cai levemente e o vento ligeiro que se levanta, podem não ser uma consequência de fenómenos meteorológicos explicáveis. O cinzeiro colocado no centro da mesa redonda em que me encontro, pode não ser uma constante para a eventualidade de receber um fumador. O Automóvel preto estacionado mesmo na minha direcção, pode não ser um carro como tantos outros estacionados ao longo da rua. O cão que deambula solitário pelo passeio, e que para junto à janela olhando-me nos olhos, pode não ser somente um rafeiro vadio que procura um acolhedor em cada pessoa que lhe presta alguma atenção. O arrepio que sinto, sem qualquer motivo aparente, pode ser um sinal de que algo está para acontecer e tenho que estar preparado para não desfalecer em virtude de um choque proporcionado pela surpresa. Não consigo definir este pressentimento. Tenho medo. Um medo que se repete todos os dias. Chego ao fim de mais um dia e nada de especial me aconteceu. O medo permanece. Não foi hoje, será amanhã, ou depois. Aguardo...quem sabe, a minha morte." (Iesu, Janeiro 2010)

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