quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ataque

"O que faremos a seguir? Continuaremos a caminhar no mesmo sentido. Achas possível seguir infinitamente o mesmo caminho? Eu não disse nada disso. O que disseste então? Que caminharemos no mesmo sentido. E não é o mesmo? Não. Consegues explicar-me a tua teoria? Consigo explicar na perfeição. Pensas começar a traduzir? Se ambos falamos português, não há qualquer necessidade de traduzir. Estás a gozar comigo? Claro que não. Tenho alguma coisa escrita na testa? Deixa ver. Consegues ver a palavra? Não está nada escrito aqui. Procuraste bem? Se insistes eu torno a ver, mas com uma lupa. Confirmas que a tua acuidade visual já teve melhores dias? É um facto que com o avançar da idade fui perdendo as minhas faculdades a nível visual, e não só. A que outros níveis? A capacidade de concentração. Não estás concentrado naquilo que te estou a dizer? Não foi isso que eu disse. Eu é que estou a perceber mal? Talvez. Não tens a certeza? Tenho, só que não queria ofender-te. Agora estás preocupado comigo? Agora e sempre. Isto é uma frase sentida? Sim, caso contrário não a dizia. Dizes sempre aquilo que realmente pensas? Por vezes omito para não ferir as pessoas ou não fazer juízos errados. A omissão é melhor que a verdade? Nem sempre. E como sabes qual deves escolher? Suponho. Decides com base em suposições? Ninguém tem certezas, e mesmo que se pense que sim, está a correr-se um grande risco. Com suposições não corres riscos? Muitos, mas não vou agir com qualquer grau de certeza. A certeza tem graus? Uma forma de falar. É o mesmo que incerteza, neste caso? Em certo modo, Gostas de decidir? Gosto. Não achas particularmente difícil? Não há coisas fáceis." (Iesu, Novembro 2009)

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